quarta-feira, 1 de abril de 2015

Aventuras no Jardim Zoológico de Lisboa

Jamais houve um dia de visita ao Jardim Zoológico de Lisboa que não tenha sido um dia feliz.
Não que goste de ver animais enjaulados mas porque me sinto livre de cada vez que lá vou.

Graças a um dos grandes amigos dos tempos de universidade, regressei lá há quatro, cinco anos, gratuitamente.
E por isso estou em dívida e de que maneira.
Porque poder visitar tantos e tão belos animais, mais para mais na companhia da Princesa, não tem preço.

Mas viajemos no tempo até aos estranhos anos 70.

Não ficava barata uma ida com a família ao zoo e no nosso caso éramos quatro.
De qualquer forma sabíamos que valeria sempre a pena o esforço, até porque era (ainda é) um dia em cheio.

Não sei se íamos de carro ou se recorríamos a outro meio de transporte, mas o importante é que chegávamos lá; e lá chegados, uma das primeiras necessidades era saber se havia lugar no parque de merendas, que ficava lá em cima, para almoçar o farnel.
De facto, não havia uma zona de restauração tão abrangente como a de hoje, mas ninguém dizia que não a umas buchas com chouriço, uns sumos, umas peças de fruta, se bem que o prato principal eram os elefantes, as girafas, os leões ou os macacos.
Nunca comi esse género de bicheza, não façam confusão.

Se tivesse que fazer um top com os animais que mais desejávamos ver, as quatro espécies descritas ali em cima fariam parte, concerteza.

Habilidades Animais

As girafas porque eram mais altas que a minha vizinha do rés do chão e porque queria ver se aquelas manchas eram mesmo sinal de problemas de fígado...

Os leões porque eram majestosos, altivos e confiantes, características que, infelizmente, pouco ou nada usam quando vestem de verde e branco.
E também pelo respeito que impunham.
Corria sempre um outro rumor que uma criancinha tinha caído lá em baixo e...

Os macacos porque viviam numa Aldeia onde não faltava a padaria, os cafés e tudo o mais, e porque insistiam em comportamentos que estavam mais do que interditos lá em casa:
Mandar restos de comida e de fezes às visitas e a masturbação em ritmo disco...

E os elefantes porque recebiam uma moedinha e em troca tocavam um sininho, ou então, quando ouviam determinado número de palmas, levantavam a tromba e imitavam os sons que ouvíamos na Assembleia da República.

Talvez acrescentasse os tigres, os ursos, os hipopótamos ou o reptilário.
Mas raramente visitávamos este último porque requeria nova aquisição de bilhetes e eu também não fazia grande questão porque saía de lá sempre acagaçado.

Nesse tempo, já o velho comboio serpenteava pelas colinas do zoo, sempre apinhado de gente doida e feliz.
Para atingir esse estado nirvânico, lá se largavam mais uns escudos.
E o mesmo se queríamos levar aquelas fotografias que procuravam a todo o custo impingir à entrada.

Hoje, compreendendo que se possa considerar um bilhete caro, nunca será demais ressalvar que a entrada inclui o tal passeio de comboio, o reptilário, a alimentação de aves, e salvo erro também o teleférico e as exibições das focas e golfinhos.
E se é assim, tenho mesmo que lá voltar em breve, quiçá recorrendo desta vez à promoção de pontos da BP, passe a publicidade.

Nunca se deve voltar ao lugar onde fomos feliz?
Treta.


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