segunda-feira, 29 de junho de 2015

Under the Boardwalk - The Drifters

Era o arquétipo perfeito da sedução inata, essência sem máscara ou filtros:
T-shirt branca, cuequinha azul e nada mais.
Estava calor e ela deslizou, copo com licor cheio de cor, até à juke box.

Clicou no 10.
"Under the Boardwalk", dos The Drifters.
Um clássico.

Ok, deixemos as imagens mais ou menos apelativas, suscitadas pelo calor deste Verão sufocante, e vamos então a este tema... de Verão.

"Under the Boardwalk" esteve para ser gravada a 21 de Maio de 1964, mas desde quando o 21 de Maio deu sorte?
Um dia antes o vocalista morria com uma overdose de heroína e a gravação teve que ser adiada.
Se calhar o dia 20 é que não dá sorte...

Gravado mais tarde, o que é certo é que esta bela batida que fala de um encontro amoroso que tem lugar no "calçadão" foi um sucesso na altura.
Se não conhece a música, aqui fica ela, enquanto a menina do copo com licor cheio de cor tira a roupa para ir tomar banho...

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A QUINTA DIMENSÃO

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Uma Cena à Senna

Já lá vai uma mão cheia de anos desde que não tenho carro.
Sinto falta do Saxo, da mobilidade, da independência, dos pioneses colocados no mapa, sempre que chegávamos, juntos, mais longe.
Mas não foi o meu primeiro carro.

A minha primeira viatura era de cor vermelha, tinha quatro rodas, claro está, e era extremamente económica.
Não gastava um tostão em gasolina, gasóleo, água ou limonada, porque movia-se com a ajuda da força das minhas perninhas roliças.
Resumindo, era a pedais.

Na foto, tirada quando tinha uns quatro, cinco anos, ou seja, lá para 1975, 1976, estou num dos saudosos baldios perto da casa dos meus pais, antes do boom da construção e do progresso ter eliminado esses espaços de brincadeira que tanto eram campos de futebol, como pistas de ciclismo ou de carrinhos.

Como era ( e já agora, continuo a ser, fujam!) um doidivanas ao volante e, fruto de uma pedalada frenética atingia velocidades furiosas, os meus pais não tinham outro remédio senão garantir a segurança de tão intrépido Senna.
Ainda antes do tempo do Senna.

Por isso aquele blusão capaz de resistir a uma explosão de um carro que não usava combustíveis, e aquele capacete quase do tempo da Primeira Grande Guerra, que me protegia para um eventual, absurdo e pouco provável capotamento.
Ou então era para andar à vontade debaixo das varandas dos prédios onde morava gente mais dada a discussões conjugais e subsequente arremesso de objectos.

Lembro-me que este... ann... diria que... mini pop... que é o que parece estar ali escrito, tinha rodas de borracha que, em terrenos mais irregulares, saíam facilmente do bordo de ferro, mas também eram facilmente recolocáveis.

Estes eram os tempos que sucederam os dos carrinhos de rolamentos, com menos rebeldia, menos aventura, mas também menos joelhos esfolados.

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OS CINCO

Ana dos Cabelos Ruivos

Ultimamente tenho achado muita graça às ruivas.
Não que isso coloque em causa o meu eterno amor ligeiramente mais moreno, mas desde Rita Hayworth que as actrizes com cabelos de fogo incendeiam o grande ecran.

No pequeno ecran, em desenho animado, e não tendo, de todo, a maturidade e a voluptuosidade de uma Jessica Rabbit, houve uma tal de "Ana dos Cabelos Ruivos".

Foi já em 1987 que estreou em Portugal esta série de animação (preparem-se para ser surpreendidos)... japonesa.
Mais uma da Nippon Animation, esta baseada num romance da escritora canadiana Lucy Maud Montgomery.
As coisas que eu sei.

Ana é uma orfã que é adoptada por engano por dois irmãos.
É que eles queriam um rapaz.
Mas acabam por ficar com a nossa Ana.

A série tem 50 episódios e passava muitas vezes no mítico "Agora Escolha" de Vera Roquette, mas eu não ligava muito.

Aos 16 anos, preferia meninas mais crescidas e sem serem em desenho animado.
Se bem que nunca esqueci a Candy Candy.
Louríssima, em vez de ruiva.
Mas essa história fica para outra altura.

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QUEM SAI AOS SEUS

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Weekend - Earth & Fire

E então esse fim de semana?
Como é que foi?
Foram à praia? Ao centro comercial? Passaram o fim de semana no truca-truca?
Não quero saber.

Numa altura em que este blog parece ter estacionado nos anos 70, resolvi trazer aqui, a uma segunda-feira, este "Weekend", uma das mais melodiosas memórias auditivas do tempo do vinil.

Os meus pais tinham este tema numa colectânea que se chamava "Super 20", salvo erro, que à semelhança de outros discos, pouco era rodado nas aparelhagens.
Com o tempo cheguei à conclusão que sou muito mais melómano que eles, vá se lá perceber porque é que juntaram dezenas de discos...

Os holandeses Earth & Fire ( não confundir com os Earth, Wind and Fire, porque estes não têm o vento no nome, só nos moinhos lá da terra), gravaram este tema em 1979, o que leva à pergunta "o que é que faz um tema de 1979 na rubrica 'Sucessos Esquecidos dos Anos 80'"?
Bem... este tema bombou mais em Portugal nos início dos Anos 80 e... não sei se serve de justificação.

"Weekend" e os seus deliciosos sintetizadores, foi número 1 em Portugal, Holanda, Dinamarca, Alemanha, Suíça e Minas Gerais, segundo a empregada da prima de um amigo.

Tal como há quatro postagens atrás, também aqui é refrescante relembrar o quão (gosto de dizer "o quão". "O quão é o melhor amigo do homem", já diz o adágio) sexy e curvilíneas eram as vocalistas dos anos 60 e 70.
E isto sem andarem meio nuas como a Shakira e a Rihanna.
Nada contra, nada contra...

Aqui neste caso, temos a bela Jerney Kaagman e o seu coleante e cintilante "uniforme" azul, como se fosse a candidata a Miss Star Wars.

Aos 67 anos, a senhora Jerney ainda contra-ataca o lado negro da força (o tempo não perdoa, só para acrescentar mais um adágio), bastando conferir o que vai para aqui.
O que pode comprovar que dançar os ritmos do Disco faz muito mais pela boa forma que essa moda irritante do Zumba.
Mas regressemos a 1979:

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UM ANJO NA TERRA

Dona Xepa

A novela "Dona Xepa" foi uma das primeiras que vi nos tempos da minha infância e é um dos casos em que a memória não reteve um amendoim.
Mas como fez parte dos "melhores anos da nossa vida", teria que obrigatoriamente passar por aqui.

É claro que, trabalhando grande parte da minha vida em Setúbal, a expressão "Dona Xepa" não chegou a ser arquivada nas catacumbas dos vocábulos extintos, porque há lá um mercadinho com esse nome, ao que consta uma espécie de Feira da Ladra com mais contrafacção e menos glamour.
E também parece que há um restaurante Dona Xepa em Coimbra.
Mas adiante.

Novela de 1977 que chegou a Portugal em 1978 para ser exibida no horário nobre, naqueles saudosos tempos em que só se transmitia uma novela por dia, vivia do protagonismo brilhante de Yara Cortes, a "Dona Xepa", mulher pobre mas que ainda assim criou dois filhos que, mais tarde, noutra posição social, têm vergonha da mãe.
Em Portugal não faltam figuras públicas que também renegam as origens mais precárias, como se todos nós acreditássemos em berços de ouro...

Na novela entrava Rubens de Falco, um dos galãs Clooney da época, a bela Nívea Maria, Agnes Fontoura, Cláudio Cavalcanti, entre outros.
Tudo nomes que o tempo já apagou.

Fiquem então com o genérico de abertura de "Dona Xepa" e não se esqueçam que a Feira da Ladra está junto ao Panteão Nacional, em Lisboa, às terças e sábados.
Se lá forem, tragam-me um par de peúgas cor de café com leite, se fizerem o favor.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

White Rabbit - Jefferson Airplane

A minha primeira, única e possivelmente última experiência sadomaso decorreu ao som desta música.

Correu mal - o que à partida deveria ser contingência de qualquer sessão do género - e sem motivo para remorsos pelo que não foi tão bom, ou nostalgia pelo que não foi tão mau.
Mas aconteceu que, para sempre, esta música-bandeira do rock psicadélico dos anos 60, ficou para sempre associada àquela noite... ann... bizarra.

Chama-se "White Rabbit", é de 1967 e remete para mensagens mais ou menos subliminares sobre substâncias malucas, misturadas no universo de Lewis Carroll, mais especificamente a história de "Alice no País das Maravilhas".
Havendo um coelho branco, também pode pensar no Portugal a marcar Passos, intervencionado pela troika.

Já conhecia a carga mítica dos Jefferson Airplane, um dos nomes que os meus tios 10 anos mais velhos mais recorriam no momento de relembrar músicas de espirais e cornucópias, if you know what i mean.

A esta distância dos anos 60, 70, não me tem apetecido degustar com os ouvidos outras canções dos Jefferson para além desta "White Rabbit", considerada até uma das 500 melhores de sempre pela insuspeita "Rolling Stone".

Mas só para ver mais a gatinha vocalista Grace Slick, era capaz de chafurdar uma tarde inteira no You Tube à procura de mais do mesmo, de mais da mesma.
E com ela snifar noz moscada e fumar manjericão.

Se bem que a senhora vai com 75 anos...
Ficamos pelo chá e bolinhos então.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Arrábida, Bolinhas e Gigantones


Nfinal dos anos 70, princípio dos 80, toda a gente no Pinhal Novo conhecia o Mini branco com riscas laterais pretas.

Chamava-se Bolinhas, pelo formato pequenino e arredondado, e porque a matrícula ajeitava-se à denominação.
Acrescentando a isto três 7´s seguidos, mais parecia um carro de rally que outra coisa.

O Bolinhas levou-me ao norte, ao Algarve, às beiras, ao Alentejo e, entre tantas voltas, deu umas voltas na Arrábida.

Na foto, estou sentado, com os meus pais, no capot do Bolinhas, com aquelas roupas sempre indescritíveis, num daqueles verões quentes dos anos 70, referências políticas à parte.

O mais intrigante no retrato é magicar quem o tirou, pois se estamos ali os três, não sobraria mais ninguém.

Não tendo aqui os meus pais, que de momento foram a banhos noutras paragens, resta-me deixar correr o meu débil poder de dedução:
Ora, temos a sombra do fotógrafo, ou da fotógrafa, que claramente usa calças à boca de sino... genial dedução!
E parece também que é alguém muito alto(a), não me venham falar de sombras estendidas.

Concluo que a foto foi tirada por um gigantone.

Às vezes encontrava-se um ou outro na mata da Arrábida, e se ao princípio metiam medo, pelos gritos lancinantes e pela perseguição aos carros que por ali passavam, depois que lhes dávamos amendoins, ficavam dóceis e prestáveis.

Depois passaram a reunir-se no Pinhal Novo, no FIG - Festival Internacional de Gigantes, tal como vai acontecer de novo este ano, no início de Julho.
Não me posso esquecer de levar amendoins.

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FALCON CREST



Joe le Taxi - Vanessa Paradis

Quase que aposto a minha cama, como é mais fácil encontrar cinco orangotangos azuis a comer gelados no Jardim da Estrela, do que alguém que consiga dizer duas músicas de sucesso de Vanessa Paradis.

Se for uma, toda a gente se lembrará deste "Joe le Taxi", de 1988.

Vanessa Paradis, para além de ter um nome artístico do caraças, foi uma das ninfetas mais idolatradas de França (e de todo o mundo) nos Anos 80.
E  estamos a falar de um país perito em oferecer ao mundo lolitas de sonho.

Vanessa era uma espécie de Bardot dos novos tempos, doce, fresca e muito sexy, e com um toque especial dado pela abertura entre dois dos dentes da frente, muito antes de aparecer um tal de Nuno Guerreiro.
Mas não falemos de outras cantoras.

"Joe Le Taxi" esteve várias semanas no topo do top francês e também subiu alto nos tops de outros países, o que, paradoxalmente, fez a cantora ir-se abaixo.
Dificuldade para lidar com um sucesso super instantâneo aos 14 anos.

Feitas as contas, a bela Vanessa ainda só tem 42 anos.
Ainda assim o Johnny Depp trocou-a por outra.
Este Johnny é um pirata.

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AS AVENTURAS DE BUCK ROGERS NO SEC. XXV

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Era Uma Vez o Espaço

Quem não se lembra de cantar isto?

"Lá em cima, há planícies sem fim,
Há estrelas, que parecem correr,
Há o sol e a vida a nascer, blá, blá, blá".

Sendo que este blá, blá, blá é, afinal, uma das mais bonitas canções da nossa infância.
E polémica, também.

95% das pessoas, diriam, que quem canta, é o Paulo de Carvalho.
Os mais bem informados argumentarão que é o Pedro Malagueta.
Quem?!
Pedro Malagueta.
Um injustiçado e obscuro cantor português, nascido em Angola, que participou em Festivais da Canção, gravou versões, tributos e anúncios, e tinha uma voz do caraças.

Pronto, agora que já falámos da música, vamos à série.

Animação francesa, com 26 episódios com tanto de divertido, como de informativo, foi a continuação mais ou menos lógica, para o sucesso que tinha sido "Era Uma Vez o Homem".

Menos didáctica e mais ficcional, esta série de animação trazia de volta as personagens da série anterior (como o simpático robot "Metro" ou a bela "Psi")e uma das vozes em português, como não poderia deixar de ser, era do "mestre" Canto e Castro.

Em Portugal, "Era Uma Vez no Espaço" foi emitida pela RTP em 1984.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Terra Nostra

O Parque Terra Nostra, em S. Miguel, junto às efervescentes furnas, é um dos mais belos parques que já visitei, e foi, sem dúvida, um dos grandes momentos das minhas duas viagens aos Açores.
O que é que tem isso a ver com a novela?
Nada.
Apeteceu-me.

"Terra Nostra" é o nosso primeiro conteúdo já com carimbo do ano 2000.
Mega-produção da Globo, foi transmitida em Portugal, pela SIC, a partir de Novembro de 1999, e pouco mais me lembro (até porque não a acompanhei) para além de um belo par de espessas sobrancelhas e tudo o que de mais belo ainda se mostrava daí para baixo.
Três letras:
Ana Paula Arósio.

As meninas suspiravam pelo garotão Thiago Lacerda e havia ainda António Fagundes, a também belíssima Maria Fernanda Cândido (que convencia lindamente como uma sensual italiana), Cláudia Raia, Raul Cortez e muitos outros.

A novela, de 221 episódios (tinha a sensação que tinham sido 762...), foi uma espécie de "Os Imigrantes", exibida no início dos Anos 80, com mais cor e miúdas mais bonitas.
Lembram-se de "Os Imigrantes"?
Pois, é pena, mas não estamos aqui para falar disso.

"Terra Nostra" mostrava o Brasil no final do século XIX, princípio do XX, as plantações de café, e a fornalha de imigrantes que chegaram para trabalhar nas plantações, sendo que aqui estava em destaque o grupo italiano, e abundavam expressões italianas por toda a novela.
O que, à hora de jantar, abria sempre o apetite para pizzas e cannellonis.

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NORTE E SUL

Do They Know It's Christmas? - Band Aid

Natal é quando um homem quiser.
Neste blog feito por um homem (da última vez que espreitei) o Natal é hoje.

Na rubrica "Sucessos Esquecidos dos Anos 80", chega a vez deste "Do They Know Know It's Christmas?", do colectivo Band Aid que, apesar de ter nome de penso rápido, sempre preferi à "sua concorrente" "We Are The World", dos USA For Africa.
Porquê?
Porque soava melhor aos meus sensíveis tímpanos.

Naqueles anos os artistas não se juntavam só em orgias de adolescentes e cocaína como hoje.
E se arregaçavam as mangas para injectar substâncias ilícitas nas veias, também o faziam por nobres causas, como combater a fome em África.
Embora só ensaiassem depois do almoço.

A Band Aid nasceu em 1984 e reunía nomes como George Michael ainda em versão "escondido no armário", Bono Vox, Phil Collins, Paul Young, David Bowie, Paul McCartney, Sting e muitos outros, notando-se a falta de estrelas femininas, ao contrário dos USA For África que tinham Diana Ross, Tina Turner, Cindy Lauper, entre outras.

Durante aqueles anos de autêntico "I don't care" em relação às letras das músicas pop em inglês, julgava que o refrão era qualquer coisa como " Bisa.... ó-ó...".
Foi só há alguns anos que a minha Princesa elucidou e ao mesmo tempo apagou uma bela memória melódica de infância...
Mas enfim, negar o conhecimento é burrice.

Agora sei que aquela malta cantava "Feed the world".
Muito mais bonito de se cantar.
Não tão engraçado de ouvir.