segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Chalana

Num final de tarde da primeira metade da década de 80 conheci um dos narizes mais famosos do país.
Não era o Júlio Isidro quem me cumprimentava na sala da minha avó Catarina.
Era o Chalana.

E quando falo num dos narizes mais famosos, também podia muito bem escrever "bigodes", "cabelos" ou "anões", mas é justo que escreva "jogadores".
Um dos mais famosos jogadores portugueses dos Anos 80.

Fernando Chalana era primo da minha tia Cristina, casada na altura com o meu tio Afonso, irmão da minha mãe, filho da minha avó Catarina, só para explicar como ele aparece na sala da minha avó.

Foi um cumprimento rápido, duas ou três palavras, nenhum fascínio da minha parte.

Eu era um adolescente que só dois, três anos antes passara a ligar mais ao futebol e tinha decidido ser do Sporting até final da minha vida, por isso, ver ali o pequeno grande jogador do Benfica, não teve o mesmo nível de frisson que teria se visse, diria, o próprio Júlio Isidro, só para voltar ao início do texto.

Não há nenhuma razão coerente para ter dado início a esta nova rubrica "Cromos da Bola" com o Fernando Chalana, mas estamos a falar de um dos mais brilhantes extremos do futebol português antes do tempo do Figo, do Quaresma, Rui Barros, Cristiano Ronaldo e até do Futre.

O Pequeno Grande Genial

Encantava o Estádio da Luz com as suas fintas em velocidade e teve os seus momentos mais gloriosos ao serviço da Selecção Nacional no Euro 84, em França.
A arte do seu pé esquerdo levou-o de novo a França, contratado pelo Bordéus, na que foi uma das primeiras grandes transferências com jogadores nacionais, e com uma pipa de massa que permitiu fechar o terceiro anel do Estádio da Luz.

Ficou também conhecido como o "Pequeno Grande Genial" em Portugal ou "Chalanix" em França, pelas suas parecenças narigudas com a personagem de bd "Astérix".
E no final da carreira tornou-se mais falado pela sua atribulada relação conjugal do que pelas suas jogadas (acabou no Estrela da Amadora).

Foi o tempo de Anabela, a esposa que mandava lá em casa e até na carreira dele.
Há quem diga que foi a sua Yoko Ono ou a sua Kryptonite, mas não vou julgar.
Isso era meter o nariz onde não sou chamado.

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