quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Cornetto

E então?
Saudades do Verão?
Cansado dos dias cinzentos?
Tem uma unha encravada?

Em relação a esta última não sei o que vos diga, mas achei que hoje era dia de lamber Cornettos.

Desde sempre um dos mais famosos gelados da Olá (no Brasil "Gelato"), o Cornetto é uma marca criada em 1973, há mais de 40 anos.
E não há quase ninguém que não tenha passado os beiços pela cremosidade de um Cornetto, seja de morango, chocolate, baunilha, ou os míticos Moka e... Whisky!

Apesar de ser dos mais caros, (em 1980 custava uma nota de 20 escudos) era quase sempre o que pedíamos na praia, para saborear bem devagar, até ao bónus do pedacinho de chocolate no fim do cone.
Nham, nham!

E eram também dos Cornettos os melhores anúncios da Olá.

Aqui recordamos aquele que ficou na memória colectiva, por ter uma bonita medodia que prometia dias felizes.
E foram mesmo!

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MILU

Oração - António Calvário (1964)

Última rubrica de uma série de 16, desta 1ª fase do "Pretérito Perfeito".
E já lá vai quase um ano com recordações dos melhores anos das nossas vidas.

Em "Festival da Canção" a ideia é recuperar as canções vencedoras dos primeiros 30 anos do Festival RTP da Canção, quando as famílias ainda se reuniam na sala para sorver tintim por tintim do espectáculo: intérpretes, figurinos, orquestrações, apresentadores e até as votações das capitais de distrito.

Desta vez, a publicação da rubrica não seguirá um critério aleatório mas sim cronológico, com todos os vencedores a passarem por aqui, entre 1964 e 1993.

Antonio Calvário venceu em 1964.
Rezam as crónicas que era um dos galãs da época e dono de uma voz portentosa, o que liga bem com este "Oração", algo entre um fado e uma prece ao Senhor.

Eram ainda os dias do governo ditatorial e caduco de Salazar, e da Santíssima Trindade, não a do Pai, Filho e Espírito Santo, mas a dos "3 Efes", Fado, Futebol e Fátima.

De facto, a canção poderia ter se chamado "Mouraria" ou "Golo", que para o ditador beirão seria a mesma coisa.

Mas não para os mais esclarecidos.

"Lá fora", a canção foi presenteada com 0 pontos, chegando mesmo a ser apupada em Copenhaga.

Mais sorte teve Calvário, apesar do nome.

Antes já tinha sido "Rei da Rádio" e depois a carreira prosseguiu, até ser mesmo repescado para as lides artísticas nos anos 90.

Daqui por dois anos assinalará 60 anos de carreira.
A voz, já não é a mesma, e as estranhas colorações do seu cabelo relegam-no para a categoria de "Bizarrias do Passado" e apagam os últimos resquícios de estrelato.
É a vida.

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                   MINNIE

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Praça da Independência, Anos 70

Esclarecimento prévio:
Não, nunca tive raquitismo e também não, jamais participei em corridas de póneis.

A bizarra memória perpetuada na foto acima diz respeito à Praça da Independência, do Pinhal Novo dos anos 70. 
Talvez 1976, 1977.

Foi sempre um espaço nobre do Pinhal Novo, mesmo nesta versão baldia, antes das fileiras de plátanos que não tiveram tempo de crescer e da actual configuração versão Século XXI.
E foi sempre um espaço nobre porque ficava perto da estação de comboios, peça central e berço da história pinhalnovense, e porque ali se realizou, anos a fio, o mercado mensal.

Na foto vêem-se apenas cinco edifícios - hoje só há espaço para mais um - e o meu é o do meio.
Apareçam quando quiserem.

No segundo, a contar da esquerda, e no rés do chão, ficava a mercearia do Sr. Alberto - também conhecido como "Caracol" - esmerado estabelecimento para onde eu era enviado aos chamados "mandados", em nome da minha querida e saudosa avó Catarina.
Hoje funciona ali uma óptica.
O que é irónico, porque deixei de ver ali um pedaço do meu passado.
Enfim, é uma maneira de ver as coisas.

O Tempo Passa a Correr

Esta verdadeira praça da alegria tem sido o principal décor do filme da minha vida.
Aqui fica uma vertiginosa viagem no tempo:

Golos marcados em balizas pequenas, pontapés em caixas vazias de sapatos nas segundas pós-mercado, corridas a jacto para apanhar o comboio, reforma agrária junto à estação, o sítio onde seguia para a preparatória, mais mercados no segundo domingo do mês, corredores de roupas, queijos e enchidos, sapatos - muitos! -, flores e muito mais, procura de revistas Disney, mais corridas para apanhar o comboio rumo à universidade, a Feira de Maio com carrosséis, os circos, o Citroën estacionado junto a uma poça de água, o bizarro edifício do Mercado Municipal, o novo edifício do Mercado Municipal, a Biblioteca, os passeios com o Mickey, as Festas Populares do Pinhal Novo, a mão da Princesa na minha mão, a ginjinha em copo de chocolate, o fogo de artifício e o fim de festa.

Fim de festa?
Não, de todo.

A Praça continua de pé e eu continuarei a passar por ali até quando Deus quiser.
Desde que seja eu a escolher o que vou vestir quando sair de casa.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

A Banda - Chico Buarque

A menos de dois meses do 1º aniversário do blog, ainda há rubricas a estrear no "Pretérito Perfeito".
Parece mentira, mas ainda não se tinha aberto aqui espaço para a MPB.

Comecemos então com pompa e circunstância, com direito a banda e tudo.

As poucas músicas made in Brasil que se ouviam lá em casa, nos idos de 70, eram xaropadas do Nelson Ned, do Roberto Carlos e outras que tais.
Daí que só tenha tido contacto com os grandes monstros da Música Popular Brasileira - Elis, Chico, Caetano, João Gilberto - na adolescência.
Mas ainda fui a tempo.

Chico Buarque de Hollanda está no meu top 5, claramente.
Pelas geniais composições, pela voz, pelo carisma.

E este "A Banda" é daquelas coisinhas que transforma um empedernido melancólico num entretido melódico.

Tema de 1966, "A Banda" venceu o II Festival de Música Popular Brasileira e a seguir vendeu 55 mil cópias em quatro dias.
E não, não havia iTunes.

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Huguinho, Zezinho e Luisinho

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

J'aime la Vie - Sandra Kim

Sábado, 03 de Maio de 1986.
Perto da meia-noite.

Muitos anos antes das cantoras com barba, das fantasias de monstro, dos duos lésbicos e do lobby gay, Sandra Kim vence o Festival da Eurovisão.

E tudo com uma cançãozinha doce, positiva, sem pretensões.
Foi a noite em que todos cantámos "J'aime la Vie".

Eu tinha 14 anos, Sandra Kim só 13 (mentia dizendo que tinha 15), mas mesmo a distância entre Portugal e a Noruega, onde se realizou o Festival, não impediu que me apaixonasse ali, naquele momento, pela loirinha belga.

Sandra Kim conseguia o seu one hit wonder e eu, uma melodia para cantar a toda a hora.

"J' aime la Vie" transmitia o gosto da jovem Sandra pela vida (não é difícil quando se tem 13 anos), nomeadamente comer gelados, sair com os amigos ou ouvir música no walkman.

Obteve pontos de todos os países, mas correu o risco de ser desqualificada, precisamente por causa dos 13 anos da cantora, mas a Eurovisão fez ouvidos moucos para os protestos, porque só tinha ouvidos para esta canção que significava, ao mesmo tempo, que ainda não era o tempo de abandonar as melodias cantadas em francês.

Antes de recordarmos Sandra Kim e o "J'aime la Vie", em 1986, aqui fica um salto no tempo para 2011, quando o tema assinalou as bodas de prata.
Uma Sandra Kim, com 38 anos, replicando as cenas do vídeo de 1986.
Aqui.

E aqui em baixo, la vie en rose de Sandra e de todos os que éramos jovens em 86.
A vida parecia vir a ser feita em tons de algodão doce, não era?
Mas nem tudo é sopa de nabos.
Há que ter fé e cantar "J'aime, j'aime la vie"!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

NOSTALGIA SUSPENSA


A GERÊNCIA INFORMA QUE O "PRETÉRITO PERFEITO" REGRESSA NO DIA 12 DE JANEIRO, COM MAIS REGULARIDADE, ASSIM HAJA SAÚDE.

UM FELIZ 2016 PARA TODOS!