quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Transfer

Na casa da avó Catarina, onde nasci e passei a infância, não havia jogos electrónicos, computadores, internet ou telemóveis, porque tudo isso era ainda ficção científica no final dos Anos 70, início dos Anos 80.
Mas nunca me aborrecia.

Para começar, e pondo a modéstia numa das gavetas aqui de baixo, fui dotado de imaginação para inventar entretenimento para benefício próprio.
E depois, porque a determinada altura, os meus tios Afonso e Cristina, que tinham sete ou oito anos a mais, faziam chegar a casa revistas Disney novinhas em folha e, com elas, muitos dos tesourinhos fascinantes que eram aí anunciados.

Foi o caso deste Transfer.

Também conhecido como Kalkitos, comprava-se nos quiosques e papelarias em forma de kit:
Uma folha com os decalques, um poster onde podíamos colocar as figurinhas onde bem entendêssemos e um lápis para riscar as figuras da folha de decalque; e então o passe de mágica que permitia o escarrapachanço no poster, ou mesmo nos cadernos da escola.

Os temas da bonecada eram variados:
Havia oeste selvagem, fundo do mar, figuras da bd, pré-história e cenas de jantares em monumentos nacionais... ah, não... esta é uma brincadeira recente.

Quem tiver saudades deste Transfer ponha o dedo no ar.
Melhor, transfira dinheiro para a minha conta.

POSTER

O LOBIJOVEM (1985)

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Marco

Quando se fala de recordações televisivas e do Marco, há três personagens que vêm logo à memória:
O Marco que tinha um macaquinho às costas; o Marco que tinha caracóis no alto da cabeça; e o Marco que tinha um pé para pontapear a Sónia.
Aqui recorda-se o Marco que tinha um macaquinho nas costas.

Criado em 1976, este Marco fez chorar miúdos, graúdos e as pedrinhas da calçada enquanto procurava a mãe, numa epopeia que o levava da Itália à Argentina, daí o subtítulo "Dos Alpes aos Apeninos".

O Marco estreou em Portugal a 22 de Maio de 1977, um dia depois de eu completar os seis aninhos.
Foi um sucesso em Portugal.
Refiro-me ao Marco.
A minha festa dos seis anos não foi assim tão comentada.

Ah, quanto ao macaquinho, que na série de animação chama-se Dominó...diga-se que quando era mais pequeno tinha o hábito de colar macacos debaixo dos tampos das mesas.
Eu sei que parece nojento, mas pô-los às costas ainda parece pior.

Do mal o menos: a série japonesa não acompanha o Marco pela adolescência fora, daí que possamos garantir às associações defensoras dos direitos dos animais, que o Marco não chega a espancar o macaco.