Na casa da avó Catarina, onde nasci e passei a infância, não havia jogos electrónicos, computadores, internet ou telemóveis, porque tudo isso era ainda ficção científica no final dos Anos 70, início dos Anos 80.
Mas nunca me aborrecia.
Para começar, e pondo a modéstia numa das gavetas aqui de baixo, fui dotado de imaginação para inventar entretenimento para benefício próprio.
E depois, porque a determinada altura, os meus tios Afonso e Cristina, que tinham sete ou oito anos a mais, faziam chegar a casa revistas Disney novinhas em folha e, com elas, muitos dos tesourinhos fascinantes que eram aí anunciados.
Foi o caso deste Transfer.
Também conhecido como Kalkitos, comprava-se nos quiosques e papelarias em forma de kit:
Uma folha com os decalques, um poster onde podíamos colocar as figurinhas onde bem entendêssemos e um lápis para riscar as figuras da folha de decalque; e então o passe de mágica que permitia o escarrapachanço no poster, ou mesmo nos cadernos da escola.
Os temas da bonecada eram variados:
Havia oeste selvagem, fundo do mar, figuras da bd, pré-história e cenas de jantares em monumentos nacionais... ah, não... esta é uma brincadeira recente.
Quem tiver saudades deste Transfer ponha o dedo no ar.
Melhor, transfira dinheiro para a minha conta.
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