quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Sete Noivas Para Sete Irmãos

Ora aqui está uma série de televisão que escapou à maior parte dos blogs dedicados à nostalgia.

"Sete Noivas Para Sete Irmãos" era uma série bem humorada, cheia de gente, pelo menos uns 14 se não me falha a matemática, que foi transmitida ainda na primeira metade da década de 80 em Portugal.

Passava ao início da tarde de sábado (ou era domingo?) e tinha um tom ligeiro, sendo uma adaptação do filme de 1954 com o mesmo nome para o pequeno ecran.

Pouco encontrei na internet sobre esta série - e a memória também não ajuda -, mas uma das curiosidades encontradas referia-se à participação de Richard Dean Anderson, o eterno "MacGyver", que já vai com 65 anos...

Essa sim, uma série com mil e uma histórias para contar no "Pretérito Perfeito" e neste "Série Inesquecíveis", rubrica que estreia hoje no nosso blog.

Mas voltemos ao "Sete Noivas para Sete Irmãos" para finalizarmos com algumas imagens nostálgicas.
Cá vão elas:

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

O Pelé do Bairro

O mais perto que estive de ser um Cristiano Ronaldo foi quando participei nos treinos de captação para Juvenis do Pinhalnovense.
Não fiquei.
Primeiro, porque era já o segundo ano de juvenis, eles tinham uma base, e eu era basicamente uma nódoa nos treinos nocturnos porque já não via um boi.

O mais longe que estive de ser um Pelé, ou um Messi, foi na Primária e no Ciclo Preparatório, quando era o último a ser escolhido, a menos que fosse o dono da bola.
Nesses casos era o penúltimo.

Pelo meio, houve muitas e boas histórias.
As primeiras só para a fotografia, como na foto acima, de 1975 ou 1976, tirada no que era o Largo José Maria dos Santos, o actual Parque do Pinhal Novo.

Jogar à bola foi sempre a minha brincadeira preferida.
Depois da escola e até à hora de jantar, jogava-se com balizas pequenas, feitas com as mochilas ou com pedras, ou até com dois gordos inaptos para a coisa.

Jogava nas ruas, nos rinques, debaixo dos eucaliptos junto à linha férrea, na escola,na praia, em terraços e até dentro de casa naquilo que deveriam ser intermináveis tardes de pesadelo para os vizinhos do 2ºdto, o andar de baixo.

E tanto joguei que hoje posso dizer que cheguei a ser o Pelé do bairro.
Aquele que marcava golos atrás de golos, dono de uma velocidade que "deixava a bola para trás", como dizia o meu pai, ou como uma "gazela, como me chamavam os outros.

Jogos que valeram campeonatos

Mas os mais renhidos jogos eram os mano-a-mano.
Como a expressão indica, jogava um para um com o meu... irmão, aqui em casa.
Ou contra o primo Carlitos também no mesmíssimo corredor de tantas batalhas e contra o primo Zé, num terraço numa rua de vivendas.

O auge desta carreira atrás dos holofotes da fama foi por volta de 1987.
O FC. Porto tinha o Futre e tinha o caneco de campeão europeu, e eu fintava os outros meninos como o homem que agora faz publicidade a comprimidos para a erecção e marcava golos de calcanhar como o o argelino Madjer, o homem que agora faz não sei o quê.

E houve também uma fase, alegre, bizarra, de quase inaudita exuberância, em que juntava às mais espantosas jogadas o grito louco "SUPER TÉO!!"

Mas... que raio...

Eu explico:
"Téo" era personagem de um dos meus actores-fétiche brasileiros, Marcos Frota, na saudosa novela "Vereda Tropical", ou pelo menos era uma das transformações do "Teozinho", porque acho que era como "Cazuza" que ele jogava futebol com o "Luca"/Mário Gomes.

Mas o que interessa era que cada vez que marcava um golo, lá para meio da década de 80, junto aos eucaliptos , lá soava o grito "Super Téo".
Convenhamos que é mais engraçado que a posse à matador de CR7.
E olhem que seria apropriado, porque o antigo matadouro era ali ao lado.

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OS JOVENS HERÓIS DE SHAOLIN

Bicicleta BMX

À partida era uma guerra com derrota anunciada mas, ainda assim, estiquei ao máximo a minha juventude.
E já tinha uns 23 anos quando o meu meio de transporte para o trabalho era a velha BMX.
Uma bicicleta.
Mas não uma bicicleta qualquer.

As BMX foram um dos mais icónicos tesourinhos fascinantes dos Anos 80.
Versáteis e sobretudo coloridas.
Tão coloridas que eram quase bandeira gay, mas garanto que nunca pedalei sem selim.

A imagem acima, foi o que achei na internet mais parecida com a BMX  que eu tinha.
É do site "Custo Justo", mas não me ofereci para comprá-la.
Agora acho que fiz mal...

Hoje também um desporto, a BMX, acrónimo para Bicycle Moto Cross, caracterizava-se pelo encantamento visual e fácil condução, tanto que até uma pessoa com descoordenação motora como eu conseguia pedalar e chegar a algum lado com ela.

Cheguei a fazer bicicross amador e amalucado nas paisagens campestres do Rio Frio e a percorrer quilómetros até Alcochete.

E até tive acidentes.


Algures entre um pateta e um cavaleiro do asfalto

Houve uma vez que tinha combinado ir à praia com o Nelson (lá me convenceu dificilmente porque eu e a praia... enfim), e vinha do Pingo Doce com um saco de compras (pão, sumos, iogurtes, comida para a praia, claro está), pendurado numa das manetes do guidão, e sempre a rolar no passeio até que, uma senhora saiu do antigo posto de saúde (a caixa como lhe chamávamos) bem para a frente da minha BMX.
Só tive tempo de ziguezaguear atrapalhadamente, mas sem evitar que o saco de compras batesse ao de leve na senhora, fazendo com que me desequilibrasse definitivamente e caísse cinco, dez metros à frente.

Resultado:
Um raspanete e vários rasgões na pele, para além de um braço quase partido (algo que faz parte da vivência destes dias regressando ao futuro e a 14 de Setembro de 2015), e um telefonema envergonhado para o Nelson.
"Já não vou, caí de bicicleta, estou todo partido".

Ridículo.
Vale que anos mais tarde tive acidentes mesmo a sério.
À homem.

Mas estórias tristes à parte, lembro-me que os dias mais felizes com a BMX foram quando dava para levantar o quadro até uma posição patética mas algo inspirada nas Harley Davidson.
Percorria as ruas do Pinhal Novo como um jovem motoqueiro sem mota mas com pinta, julgava eu.

Foi um período breve, mas ainda hoje tenho saudade desses tempos de easy rider!

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DALLAS

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Número 100

                                             
Postagem nº 100 do "Pretérito Perfeito", dia de festa, apesar de ser 11 de Setembro.

A reprodução de memórias dos melhores anos das nossas vidas não tem sido intensa, desde que o blog foi apresentado oficialmente a 10 de Março, o que dá mais ou menos 14 postagens por mês, ou seja, sensivelmente dia sim, dia não, e ainda com a especificidade de metade delas ser a imagem que serve de Poster, mas enfim, fica o compromisso de intensificar a produção, nem que seja com recurso a mão de obra barata.

Tenho sempre, junto a mim, um caderno onde compilo os nomes de séries, filmes, músicas, objectos, memórias, e tudo o que tenha a ver com a cultura pop dos Anos 80 e de outros anos dourados e digo-vos, o baú está longe de estar vazio.

Nos próximos dias, nas próximas semanas, meses, quiçá anos, é de esperar muitas mais matérias, muitas mais recordações, por enquanto em jeito de compilação, mais tarde de forma mais aprofundada.

Pode não vir aqui ninguém, mas eu vou continuar a fuçar no passado, a lutar no presente e a acreditar no futuro.
Beijinhos e abraços.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Final Feliz

Tenho um carinho muito grande por esta novela.
Não porque a seguisse de fio a pavio, mas porque apanhou-me no início da adolescência, quando as hormonas começaram a pulsar, ainda que em modo soft, com as primeiras pinceladas de paixões platónicas.

Quando a novela passou em Portugal tinha uns 12,13 anos.
Estávamos em 1983 ou 1984.
Lembro-me que ia almoçar a casa da minha avó Catarina, depois de mais uma manhã de escola na Secundária do Montijo.

À hora de almoço, a RTP transmitia "Final Feliz" e apresentava ao país Lidia Brondi.
A Lidia era, na altura, o mais doce torrãozinho de açúcar do Brasil.
Por Deus, procure-a no Google.
E eu ficava ali na sala da minha avó, a vê-la na televisão, a suspirar como um pateta.

Ela era Suzy que amava o barbudo Paulo num amor... desencontrado.
Mas mesmo desencontrado.
Lembro-me de quase uma dezena de episódios, em que ele a procura por todo o lado, e às vezes passava por trás dele, outras na galeria do shopping mais abaixo, outras perdia-se na multidão.
E aquilo enervava-me, apesar da doce melodia de Fabio Jr. que embalava o amor daqueles dois.
Chamava-se "O que é que há" e foi um dos sucessos made in Brasil da época.

Tal como "Flagra", tema de Rita Lee que fazia a abertura e que passa às vezes na M80.

"O que é que há" é que nunca mais ouvi.
Aqui fica o link.

Quanto à história da novela e outras personagens, fica para uma outra vez.
Apetece-me agora fechar os olhos e recordar aqueles tempos.
E esperar hoje e sempre por um "Final Feliz".´

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FORT BOYARD

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Always on My Mind - Pet Shop Boys

Elvis pode não estar vivo (ainda ontem a senhora que me vende o pão achou que o tinha visto numa carcaça), mas foi sempre, e vai continuar a ser, fonte de inspiração até para duos mais dedicados à pop electrónica.

Até pela minha personalidade não sou, de todo, fã de versões.
Prefiro que não estraguem os originais que, por norma, é o que acontece.

Mas aqui está um caso em que prefiro, de longe, a versão ao original de Brenda Lee em 1971, ou do hit de Elvis em 1972.

Este contagiante "Always on My Mind", dos Pet Shop Boys (um grande nome para banda) é de 1988.

Nessa altura já eu seguia, encantado, a sonoridade dos Pet Shop Boys, o mais perto que eu cheguei da ruidosa vaga de músicas electrónicas que invadiram, então, as discotecas.
O que se parece agora um sonho, se comparado com o que veio depois:
Música sertaneja, kizombas e kuduros.

"Always on My Mind" teve múltiplas versões (até de Zezé di Camargo & Luciano com o título"Eu Só Penso em Você"... vomitar...), mas a dos Pet Shpo Boys foi a única a alcançar 9 primeiros lugares nos tops de todo o mundo.
Nem o Elvis da carcaça fez melhor.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Fantasias de Natal

Embora ainda em Agosto, estamos só quatro meses do Natal e quero ser o primeiro a desejar a todos, um Feliz Natal.
Faz melhor, Popota.

Afinal de contas, o Natal é quando um homem quiser e eu quis que fosse hoje.

"Fantasias de Natal" é um dos mais míticos anúncios publicitários alusivos à data.

Aparentemente direccionado para o público infantil, já que fala de chocolates de leite, trata-se, na verdade, de um bacanal animalesco, pois tem um gato a comer um peixinho, um cão atrás de um gato, e um coelhinho que embarca com um palhaço e o Pai Natal num ménage debochado.
Uma pouca vergonha.

De acordo com uma esforçada investigação na internet, fiquei a saber que este anúncio da Imperial (a dos chocolates, não a da cerveja), foi exibido durante 18 anos consecutivos.
Por alturas do Natal.
Só para continuarmos focados.

A grande estrela do anúncio era a netinha do avô comilão.
A lourinha Filipa Schlesinger tinha seis anos e, ainda hoje - como se pôde ver num "Perdidos e Achados" da SIC - trabalha na área da publicidade.

Aqui fica então o anúncio.
Feliz Natal.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

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ESPAÇO 1999

Ribeira - Jafumega

Nada como descomplicar:
A ponte é uma passagem para a outra margem.
É só isso.
E há sempre tanta coisa bonita para ver na outra margem!

Durante anos julguei que este velho hit dos Jafumega se chamava precisamente "A Ponte é uma Passagem".
E que se referia à Ponte 25 de Abril.

Pois chama-se "Ribeira", (1981) e nem Tejo tem debaixo da ponte.
Estamos pois no Porto e com um início de letra que parece publicidade aos Piquenicões com o Tony Carreira:
"O sol bate no goraz, nas sardinhas, nos legumes,
as laranjas e as maçãs enchem o ar de perfumes".

Foi em 1982 que os Jafumega lançaram o primeiro álbum, com sucessos orelhudos como "Latin'América", "Kasbah" e "Nó Cego".

Depois disso, houve só mais um álbum, de que se destaca o tema "Dolce Vita", e daí até final da carreira só restaram boas intenções.

Aqui fica então o clip de "Ribeira", ou, se preferir "A Ponte é Uma Passagem".
E é mesmo.
A eutanásia em bungee jumping sem elástico é outra estória.

sábado, 11 de julho de 2015

Férias em Almograve

Começo por constatar que esta foto tem quase 40 anos.
O que parece mentira.

E que já tive aquele tamanho, houve uma altura em que não tinha um único pelo no corpinho de Branco de Neve, e gostava a valer de praia.
O que parece mentira, mentira e mentira.

Almograve, litoral Alentejano, lá para 1977 ou 1978.
Ao lado do primo Zé Eduardo, ligeiramente mais tostado, exibia um barquinho de plástico verde que ainda está fundeado nesta memória perene.

Naquelas mini-piscinas naturais de água tépida, entre rochas aveludadas de verdes lismos, faziam-se as mais competitivas corridas náuticas de que há memória.
Ao pé daquilo, a America's Cup é para meninos.

Eu e o Zé brincámos muito ao longo de quase 20 anos, sempre muito competitivos, fosse nas raquetes, a jogar à bola, ou a beber leite com chocolate.
E ali discutíamos quem tinha os barquinhos mais giros, os que boiavam melhor e os que deslizavam mais rápido.

Sei que fomos para lá em matilha familiar, e alugamos, salvo erro, o primeiro andar de um prédio, não muito perto da praia, mas fazia-se bem a pé.

Acho que foi apenas por um fim de semana, mas aqui está uma prova fotográfica de que eu já estive em Almograve, no bonito Litoral Alentejano, muitos anos antes da horda de festivaleiros, ruidosos e peçonhentos, aterrar na Zambujeira do Mar.

Por outro lado, não havia, no Almograve dos anos 70, gajinhas bêbedas a levantar t-shirts para exibir as mamas...

Mas acho que, com sete anos, as brincadeiras com os barquinhos de plástico nas piscinas naturais, de água quentinha, era o que mais interessava na altura.

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SANDOKAN


quinta-feira, 9 de julho de 2015

O Carrocel Mágico

"E agora, para algo completamente diferente", uma viagem até início dos anos 70, para recordarmos juntos, aquela que foi, com quase toda a certeza, uma das primeiras séries de animação que estes olhinhos cansados viram:
"O Carrocel Mágico".

Os mais jovens leitores deste blog (hello... está aí alguém?) poderão pensar que este era mais um momento de exaltação das drogas divertidas que deixavam muita gente marada naqueles anos de calças à boca de sino, mas não.

Não pode haver nada mais inofensivo que uma série de bonecos que nem tiravam os pés do chão.
É verdade!
Aquilo que mais recordo (e que é  muito pouco) deste desenho animado, é o facto das personagens deslizarem pelo ecrã, lembrando-me claramente do cão Franjinhas, que assim fazia melhor trabalho a limpar a lente da televisão que qualquer mulher-a-dias...

A série é dos anos 60, de criação francesa, mas em Portugal foi em meados dos anos 70 que animou as tardes dos mais pequenos.

E agora...
Quereis viajar no tempo?
Quereis?

Aqui vai disto.

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VERÃO AZUL

Woodpeckers From Space - Videokids

Antes dos pica-paus virem do espaço, em bonitinhas melodias euro disco ou italo disco, já eu conhecia o velho Pica Pau dos desenhos animados.
É triste, mas é verdade...

Mas estávamos em 1984 e os pica-paus vinham agora do espaço (e com o bico no rabo, mas curiosamente sem um rabo no bico) com um ritmo muito curioso criado pelos Videokids.
Quem?!

Pois... na verdade nada mais de interessante fizeram, foi o chamado one hit wonder.
E que sucesso, senhores!
(e senhoras)... (e meninas)... (e meninos)... (e seres animais inusitadamente dotados de inteligência)

Foi número 1 em vários países da Europa, numa altura em que os Anos 80 piscavam continuadamente o olho ao futuro, e a palavra "video" aparecia em todo o lado.

Nasciam como cogumelos clubes de video, ganhavam cada vez mais adeptos os videojogos e até estes senhores que misturavam um rap mais pop com os saudosos sintetizadores, se chamavam... VideoKids.

Não foram longe, mas convenhamos que o vocalista da banda ter morrido de um acidente de viação em 1991, impedia novas aventuras terrenas.
Resta o espaço e os... pica-paus.

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SHOGUN

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Top Gun - Ases Indomáveis

Com 16 anos todos os rapazes queriam ser o Tom Cruise.
Não eram os tempos da Cientologia ou dos rumores que andava às voltas com o Travolta, mas aquela época em que ele cantava para as meninas "anda comigo ver os aviões".
E elas iam.

Vi o filme no balcão da SFUA, Sociedade Filarmónica União Agrícola do Pinhal Novo, possivelmente em 1987.
Ou 1988.
Ainda me lembro que vestia um daqueles blusões de ganga com pelo branco por dentro, que parecia mais do que adequado a um filme daqueles, mas que tinha sido retirado aleatoriamente do armário.
Vá lá que não calhou o robe.

Tom Cruise é "Maverick", um daqueles jovens convencidos que a vida é um cachorrinho dócil e não um cavalo difícil de domar (esta saiu-me agora), bonito, irreverente e muito bom com os aviões.
Os que pilotava no ar e os que levava para a cama.

Um(a) desses aviões era a bela Charlie, a quente actriz Kelly McGuillis, sex symbol dos Anos 80, e bandeira da causa gay mais tarde.
Belo romance e bons momentos de sedução, sem dúvida.

E, claro, trepidantes cenas aéreas, com muitas acrobacias, motores ruidosos e a rivalidade entre Maverick e Ice Man como um dos fios condutores da história.

No final do filme, enquanto descia as escadas da SFUA, olhava para as meninas com o meu melhor olhar matador e, à falta de avião, apetecia-me abrir as asas e pavonear-me como um pavão.
Mas deu-me uma cobardia de galinha e apenas fui para casa chocar sonhos com heróis, meninas bonitas e aviões maiores que aquele que conhecia do parque infantil.

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UMA CASA NA PRADARIA

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Laranjina C

Ainda sou do tempo desta borbulhante bebida bem docinha e cheia de personalidade.
A começar pela garrafinha a fazer lembrar uma laranja.
Ou um balão de ensaio.
Ou uma bomba.

Gostava muito do sabor, mas, talvez por ter dificuldade em dizer os L's, acabava a maior parte das vezes por pedir um Sumol.
Ou um Sumoe.

Os anos dourados da Laranjina C terão sido os 60 e os 70, até que apareceram cada vez mais marcas, muitas autênticas potências mundiais da laranjada, como por exemplo a Fanta. Ou a Schweppes.

Para além do sabor bem característico e da icónica garrafinha, ficou para sempre na memória o mítico anúncio que juntava animação e um irresistível solo de saxofone.
Ou trompete.
Ou corneta.
Não sei, não sou especialista em blow jobs.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Under the Boardwalk - The Drifters

Era o arquétipo perfeito da sedução inata, essência sem máscara ou filtros:
T-shirt branca, cuequinha azul e nada mais.
Estava calor e ela deslizou, copo com licor cheio de cor, até à juke box.

Clicou no 10.
"Under the Boardwalk", dos The Drifters.
Um clássico.

Ok, deixemos as imagens mais ou menos apelativas, suscitadas pelo calor deste Verão sufocante, e vamos então a este tema... de Verão.

"Under the Boardwalk" esteve para ser gravada a 21 de Maio de 1964, mas desde quando o 21 de Maio deu sorte?
Um dia antes o vocalista morria com uma overdose de heroína e a gravação teve que ser adiada.
Se calhar o dia 20 é que não dá sorte...

Gravado mais tarde, o que é certo é que esta bela batida que fala de um encontro amoroso que tem lugar no "calçadão" foi um sucesso na altura.
Se não conhece a música, aqui fica ela, enquanto a menina do copo com licor cheio de cor tira a roupa para ir tomar banho...

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A QUINTA DIMENSÃO

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Uma Cena à Senna

Já lá vai uma mão cheia de anos desde que não tenho carro.
Sinto falta do Saxo, da mobilidade, da independência, dos pioneses colocados no mapa, sempre que chegávamos, juntos, mais longe.
Mas não foi o meu primeiro carro.

A minha primeira viatura era de cor vermelha, tinha quatro rodas, claro está, e era extremamente económica.
Não gastava um tostão em gasolina, gasóleo, água ou limonada, porque movia-se com a ajuda da força das minhas perninhas roliças.
Resumindo, era a pedais.

Na foto, tirada quando tinha uns quatro, cinco anos, ou seja, lá para 1975, 1976, estou num dos saudosos baldios perto da casa dos meus pais, antes do boom da construção e do progresso ter eliminado esses espaços de brincadeira que tanto eram campos de futebol, como pistas de ciclismo ou de carrinhos.

Como era ( e já agora, continuo a ser, fujam!) um doidivanas ao volante e, fruto de uma pedalada frenética atingia velocidades furiosas, os meus pais não tinham outro remédio senão garantir a segurança de tão intrépido Senna.
Ainda antes do tempo do Senna.

Por isso aquele blusão capaz de resistir a uma explosão de um carro que não usava combustíveis, e aquele capacete quase do tempo da Primeira Grande Guerra, que me protegia para um eventual, absurdo e pouco provável capotamento.
Ou então era para andar à vontade debaixo das varandas dos prédios onde morava gente mais dada a discussões conjugais e subsequente arremesso de objectos.

Lembro-me que este... ann... diria que... mini pop... que é o que parece estar ali escrito, tinha rodas de borracha que, em terrenos mais irregulares, saíam facilmente do bordo de ferro, mas também eram facilmente recolocáveis.

Estes eram os tempos que sucederam os dos carrinhos de rolamentos, com menos rebeldia, menos aventura, mas também menos joelhos esfolados.

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OS CINCO

Ana dos Cabelos Ruivos

Ultimamente tenho achado muita graça às ruivas.
Não que isso coloque em causa o meu eterno amor ligeiramente mais moreno, mas desde Rita Hayworth que as actrizes com cabelos de fogo incendeiam o grande ecran.

No pequeno ecran, em desenho animado, e não tendo, de todo, a maturidade e a voluptuosidade de uma Jessica Rabbit, houve uma tal de "Ana dos Cabelos Ruivos".

Foi já em 1987 que estreou em Portugal esta série de animação (preparem-se para ser surpreendidos)... japonesa.
Mais uma da Nippon Animation, esta baseada num romance da escritora canadiana Lucy Maud Montgomery.
As coisas que eu sei.

Ana é uma orfã que é adoptada por engano por dois irmãos.
É que eles queriam um rapaz.
Mas acabam por ficar com a nossa Ana.

A série tem 50 episódios e passava muitas vezes no mítico "Agora Escolha" de Vera Roquette, mas eu não ligava muito.

Aos 16 anos, preferia meninas mais crescidas e sem serem em desenho animado.
Se bem que nunca esqueci a Candy Candy.
Louríssima, em vez de ruiva.
Mas essa história fica para outra altura.

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QUEM SAI AOS SEUS

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Weekend - Earth & Fire

E então esse fim de semana?
Como é que foi?
Foram à praia? Ao centro comercial? Passaram o fim de semana no truca-truca?
Não quero saber.

Numa altura em que este blog parece ter estacionado nos anos 70, resolvi trazer aqui, a uma segunda-feira, este "Weekend", uma das mais melodiosas memórias auditivas do tempo do vinil.

Os meus pais tinham este tema numa colectânea que se chamava "Super 20", salvo erro, que à semelhança de outros discos, pouco era rodado nas aparelhagens.
Com o tempo cheguei à conclusão que sou muito mais melómano que eles, vá se lá perceber porque é que juntaram dezenas de discos...

Os holandeses Earth & Fire ( não confundir com os Earth, Wind and Fire, porque estes não têm o vento no nome, só nos moinhos lá da terra), gravaram este tema em 1979, o que leva à pergunta "o que é que faz um tema de 1979 na rubrica 'Sucessos Esquecidos dos Anos 80'"?
Bem... este tema bombou mais em Portugal nos início dos Anos 80 e... não sei se serve de justificação.

"Weekend" e os seus deliciosos sintetizadores, foi número 1 em Portugal, Holanda, Dinamarca, Alemanha, Suíça e Minas Gerais, segundo a empregada da prima de um amigo.

Tal como há quatro postagens atrás, também aqui é refrescante relembrar o quão (gosto de dizer "o quão". "O quão é o melhor amigo do homem", já diz o adágio) sexy e curvilíneas eram as vocalistas dos anos 60 e 70.
E isto sem andarem meio nuas como a Shakira e a Rihanna.
Nada contra, nada contra...

Aqui neste caso, temos a bela Jerney Kaagman e o seu coleante e cintilante "uniforme" azul, como se fosse a candidata a Miss Star Wars.

Aos 67 anos, a senhora Jerney ainda contra-ataca o lado negro da força (o tempo não perdoa, só para acrescentar mais um adágio), bastando conferir o que vai para aqui.
O que pode comprovar que dançar os ritmos do Disco faz muito mais pela boa forma que essa moda irritante do Zumba.
Mas regressemos a 1979:

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UM ANJO NA TERRA

Dona Xepa

A novela "Dona Xepa" foi uma das primeiras que vi nos tempos da minha infância e é um dos casos em que a memória não reteve um amendoim.
Mas como fez parte dos "melhores anos da nossa vida", teria que obrigatoriamente passar por aqui.

É claro que, trabalhando grande parte da minha vida em Setúbal, a expressão "Dona Xepa" não chegou a ser arquivada nas catacumbas dos vocábulos extintos, porque há lá um mercadinho com esse nome, ao que consta uma espécie de Feira da Ladra com mais contrafacção e menos glamour.
E também parece que há um restaurante Dona Xepa em Coimbra.
Mas adiante.

Novela de 1977 que chegou a Portugal em 1978 para ser exibida no horário nobre, naqueles saudosos tempos em que só se transmitia uma novela por dia, vivia do protagonismo brilhante de Yara Cortes, a "Dona Xepa", mulher pobre mas que ainda assim criou dois filhos que, mais tarde, noutra posição social, têm vergonha da mãe.
Em Portugal não faltam figuras públicas que também renegam as origens mais precárias, como se todos nós acreditássemos em berços de ouro...

Na novela entrava Rubens de Falco, um dos galãs Clooney da época, a bela Nívea Maria, Agnes Fontoura, Cláudio Cavalcanti, entre outros.
Tudo nomes que o tempo já apagou.

Fiquem então com o genérico de abertura de "Dona Xepa" e não se esqueçam que a Feira da Ladra está junto ao Panteão Nacional, em Lisboa, às terças e sábados.
Se lá forem, tragam-me um par de peúgas cor de café com leite, se fizerem o favor.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

White Rabbit - Jefferson Airplane

A minha primeira, única e possivelmente última experiência sadomaso decorreu ao som desta música.

Correu mal - o que à partida deveria ser contingência de qualquer sessão do género - e sem motivo para remorsos pelo que não foi tão bom, ou nostalgia pelo que não foi tão mau.
Mas aconteceu que, para sempre, esta música-bandeira do rock psicadélico dos anos 60, ficou para sempre associada àquela noite... ann... bizarra.

Chama-se "White Rabbit", é de 1967 e remete para mensagens mais ou menos subliminares sobre substâncias malucas, misturadas no universo de Lewis Carroll, mais especificamente a história de "Alice no País das Maravilhas".
Havendo um coelho branco, também pode pensar no Portugal a marcar Passos, intervencionado pela troika.

Já conhecia a carga mítica dos Jefferson Airplane, um dos nomes que os meus tios 10 anos mais velhos mais recorriam no momento de relembrar músicas de espirais e cornucópias, if you know what i mean.

A esta distância dos anos 60, 70, não me tem apetecido degustar com os ouvidos outras canções dos Jefferson para além desta "White Rabbit", considerada até uma das 500 melhores de sempre pela insuspeita "Rolling Stone".

Mas só para ver mais a gatinha vocalista Grace Slick, era capaz de chafurdar uma tarde inteira no You Tube à procura de mais do mesmo, de mais da mesma.
E com ela snifar noz moscada e fumar manjericão.

Se bem que a senhora vai com 75 anos...
Ficamos pelo chá e bolinhos então.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Arrábida, Bolinhas e Gigantones


Nfinal dos anos 70, princípio dos 80, toda a gente no Pinhal Novo conhecia o Mini branco com riscas laterais pretas.

Chamava-se Bolinhas, pelo formato pequenino e arredondado, e porque a matrícula ajeitava-se à denominação.
Acrescentando a isto três 7´s seguidos, mais parecia um carro de rally que outra coisa.

O Bolinhas levou-me ao norte, ao Algarve, às beiras, ao Alentejo e, entre tantas voltas, deu umas voltas na Arrábida.

Na foto, estou sentado, com os meus pais, no capot do Bolinhas, com aquelas roupas sempre indescritíveis, num daqueles verões quentes dos anos 70, referências políticas à parte.

O mais intrigante no retrato é magicar quem o tirou, pois se estamos ali os três, não sobraria mais ninguém.

Não tendo aqui os meus pais, que de momento foram a banhos noutras paragens, resta-me deixar correr o meu débil poder de dedução:
Ora, temos a sombra do fotógrafo, ou da fotógrafa, que claramente usa calças à boca de sino... genial dedução!
E parece também que é alguém muito alto(a), não me venham falar de sombras estendidas.

Concluo que a foto foi tirada por um gigantone.

Às vezes encontrava-se um ou outro na mata da Arrábida, e se ao princípio metiam medo, pelos gritos lancinantes e pela perseguição aos carros que por ali passavam, depois que lhes dávamos amendoins, ficavam dóceis e prestáveis.

Depois passaram a reunir-se no Pinhal Novo, no FIG - Festival Internacional de Gigantes, tal como vai acontecer de novo este ano, no início de Julho.
Não me posso esquecer de levar amendoins.

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FALCON CREST



Joe le Taxi - Vanessa Paradis

Quase que aposto a minha cama, como é mais fácil encontrar cinco orangotangos azuis a comer gelados no Jardim da Estrela, do que alguém que consiga dizer duas músicas de sucesso de Vanessa Paradis.

Se for uma, toda a gente se lembrará deste "Joe le Taxi", de 1988.

Vanessa Paradis, para além de ter um nome artístico do caraças, foi uma das ninfetas mais idolatradas de França (e de todo o mundo) nos Anos 80.
E  estamos a falar de um país perito em oferecer ao mundo lolitas de sonho.

Vanessa era uma espécie de Bardot dos novos tempos, doce, fresca e muito sexy, e com um toque especial dado pela abertura entre dois dos dentes da frente, muito antes de aparecer um tal de Nuno Guerreiro.
Mas não falemos de outras cantoras.

"Joe Le Taxi" esteve várias semanas no topo do top francês e também subiu alto nos tops de outros países, o que, paradoxalmente, fez a cantora ir-se abaixo.
Dificuldade para lidar com um sucesso super instantâneo aos 14 anos.

Feitas as contas, a bela Vanessa ainda só tem 42 anos.
Ainda assim o Johnny Depp trocou-a por outra.
Este Johnny é um pirata.

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AS AVENTURAS DE BUCK ROGERS NO SEC. XXV

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Era Uma Vez o Espaço

Quem não se lembra de cantar isto?

"Lá em cima, há planícies sem fim,
Há estrelas, que parecem correr,
Há o sol e a vida a nascer, blá, blá, blá".

Sendo que este blá, blá, blá é, afinal, uma das mais bonitas canções da nossa infância.
E polémica, também.

95% das pessoas, diriam, que quem canta, é o Paulo de Carvalho.
Os mais bem informados argumentarão que é o Pedro Malagueta.
Quem?!
Pedro Malagueta.
Um injustiçado e obscuro cantor português, nascido em Angola, que participou em Festivais da Canção, gravou versões, tributos e anúncios, e tinha uma voz do caraças.

Pronto, agora que já falámos da música, vamos à série.

Animação francesa, com 26 episódios com tanto de divertido, como de informativo, foi a continuação mais ou menos lógica, para o sucesso que tinha sido "Era Uma Vez o Homem".

Menos didáctica e mais ficcional, esta série de animação trazia de volta as personagens da série anterior (como o simpático robot "Metro" ou a bela "Psi")e uma das vozes em português, como não poderia deixar de ser, era do "mestre" Canto e Castro.

Em Portugal, "Era Uma Vez no Espaço" foi emitida pela RTP em 1984.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Terra Nostra

O Parque Terra Nostra, em S. Miguel, junto às efervescentes furnas, é um dos mais belos parques que já visitei, e foi, sem dúvida, um dos grandes momentos das minhas duas viagens aos Açores.
O que é que tem isso a ver com a novela?
Nada.
Apeteceu-me.

"Terra Nostra" é o nosso primeiro conteúdo já com carimbo do ano 2000.
Mega-produção da Globo, foi transmitida em Portugal, pela SIC, a partir de Novembro de 1999, e pouco mais me lembro (até porque não a acompanhei) para além de um belo par de espessas sobrancelhas e tudo o que de mais belo ainda se mostrava daí para baixo.
Três letras:
Ana Paula Arósio.

As meninas suspiravam pelo garotão Thiago Lacerda e havia ainda António Fagundes, a também belíssima Maria Fernanda Cândido (que convencia lindamente como uma sensual italiana), Cláudia Raia, Raul Cortez e muitos outros.

A novela, de 221 episódios (tinha a sensação que tinham sido 762...), foi uma espécie de "Os Imigrantes", exibida no início dos Anos 80, com mais cor e miúdas mais bonitas.
Lembram-se de "Os Imigrantes"?
Pois, é pena, mas não estamos aqui para falar disso.

"Terra Nostra" mostrava o Brasil no final do século XIX, princípio do XX, as plantações de café, e a fornalha de imigrantes que chegaram para trabalhar nas plantações, sendo que aqui estava em destaque o grupo italiano, e abundavam expressões italianas por toda a novela.
O que, à hora de jantar, abria sempre o apetite para pizzas e cannellonis.

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NORTE E SUL

Do They Know It's Christmas? - Band Aid

Natal é quando um homem quiser.
Neste blog feito por um homem (da última vez que espreitei) o Natal é hoje.

Na rubrica "Sucessos Esquecidos dos Anos 80", chega a vez deste "Do They Know Know It's Christmas?", do colectivo Band Aid que, apesar de ter nome de penso rápido, sempre preferi à "sua concorrente" "We Are The World", dos USA For Africa.
Porquê?
Porque soava melhor aos meus sensíveis tímpanos.

Naqueles anos os artistas não se juntavam só em orgias de adolescentes e cocaína como hoje.
E se arregaçavam as mangas para injectar substâncias ilícitas nas veias, também o faziam por nobres causas, como combater a fome em África.
Embora só ensaiassem depois do almoço.

A Band Aid nasceu em 1984 e reunía nomes como George Michael ainda em versão "escondido no armário", Bono Vox, Phil Collins, Paul Young, David Bowie, Paul McCartney, Sting e muitos outros, notando-se a falta de estrelas femininas, ao contrário dos USA For África que tinham Diana Ross, Tina Turner, Cindy Lauper, entre outras.

Durante aqueles anos de autêntico "I don't care" em relação às letras das músicas pop em inglês, julgava que o refrão era qualquer coisa como " Bisa.... ó-ó...".
Foi só há alguns anos que a minha Princesa elucidou e ao mesmo tempo apagou uma bela memória melódica de infância...
Mas enfim, negar o conhecimento é burrice.

Agora sei que aquela malta cantava "Feed the world".
Muito mais bonito de se cantar.
Não tão engraçado de ouvir.