sábado, 11 de julho de 2015

Férias em Almograve

Começo por constatar que esta foto tem quase 40 anos.
O que parece mentira.

E que já tive aquele tamanho, houve uma altura em que não tinha um único pelo no corpinho de Branco de Neve, e gostava a valer de praia.
O que parece mentira, mentira e mentira.

Almograve, litoral Alentejano, lá para 1977 ou 1978.
Ao lado do primo Zé Eduardo, ligeiramente mais tostado, exibia um barquinho de plástico verde que ainda está fundeado nesta memória perene.

Naquelas mini-piscinas naturais de água tépida, entre rochas aveludadas de verdes lismos, faziam-se as mais competitivas corridas náuticas de que há memória.
Ao pé daquilo, a America's Cup é para meninos.

Eu e o Zé brincámos muito ao longo de quase 20 anos, sempre muito competitivos, fosse nas raquetes, a jogar à bola, ou a beber leite com chocolate.
E ali discutíamos quem tinha os barquinhos mais giros, os que boiavam melhor e os que deslizavam mais rápido.

Sei que fomos para lá em matilha familiar, e alugamos, salvo erro, o primeiro andar de um prédio, não muito perto da praia, mas fazia-se bem a pé.

Acho que foi apenas por um fim de semana, mas aqui está uma prova fotográfica de que eu já estive em Almograve, no bonito Litoral Alentejano, muitos anos antes da horda de festivaleiros, ruidosos e peçonhentos, aterrar na Zambujeira do Mar.

Por outro lado, não havia, no Almograve dos anos 70, gajinhas bêbedas a levantar t-shirts para exibir as mamas...

Mas acho que, com sete anos, as brincadeiras com os barquinhos de plástico nas piscinas naturais, de água quentinha, era o que mais interessava na altura.

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SANDOKAN


quinta-feira, 9 de julho de 2015

O Carrocel Mágico

"E agora, para algo completamente diferente", uma viagem até início dos anos 70, para recordarmos juntos, aquela que foi, com quase toda a certeza, uma das primeiras séries de animação que estes olhinhos cansados viram:
"O Carrocel Mágico".

Os mais jovens leitores deste blog (hello... está aí alguém?) poderão pensar que este era mais um momento de exaltação das drogas divertidas que deixavam muita gente marada naqueles anos de calças à boca de sino, mas não.

Não pode haver nada mais inofensivo que uma série de bonecos que nem tiravam os pés do chão.
É verdade!
Aquilo que mais recordo (e que é  muito pouco) deste desenho animado, é o facto das personagens deslizarem pelo ecrã, lembrando-me claramente do cão Franjinhas, que assim fazia melhor trabalho a limpar a lente da televisão que qualquer mulher-a-dias...

A série é dos anos 60, de criação francesa, mas em Portugal foi em meados dos anos 70 que animou as tardes dos mais pequenos.

E agora...
Quereis viajar no tempo?
Quereis?

Aqui vai disto.

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VERÃO AZUL

Woodpeckers From Space - Videokids

Antes dos pica-paus virem do espaço, em bonitinhas melodias euro disco ou italo disco, já eu conhecia o velho Pica Pau dos desenhos animados.
É triste, mas é verdade...

Mas estávamos em 1984 e os pica-paus vinham agora do espaço (e com o bico no rabo, mas curiosamente sem um rabo no bico) com um ritmo muito curioso criado pelos Videokids.
Quem?!

Pois... na verdade nada mais de interessante fizeram, foi o chamado one hit wonder.
E que sucesso, senhores!
(e senhoras)... (e meninas)... (e meninos)... (e seres animais inusitadamente dotados de inteligência)

Foi número 1 em vários países da Europa, numa altura em que os Anos 80 piscavam continuadamente o olho ao futuro, e a palavra "video" aparecia em todo o lado.

Nasciam como cogumelos clubes de video, ganhavam cada vez mais adeptos os videojogos e até estes senhores que misturavam um rap mais pop com os saudosos sintetizadores, se chamavam... VideoKids.

Não foram longe, mas convenhamos que o vocalista da banda ter morrido de um acidente de viação em 1991, impedia novas aventuras terrenas.
Resta o espaço e os... pica-paus.

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SHOGUN

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Top Gun - Ases Indomáveis

Com 16 anos todos os rapazes queriam ser o Tom Cruise.
Não eram os tempos da Cientologia ou dos rumores que andava às voltas com o Travolta, mas aquela época em que ele cantava para as meninas "anda comigo ver os aviões".
E elas iam.

Vi o filme no balcão da SFUA, Sociedade Filarmónica União Agrícola do Pinhal Novo, possivelmente em 1987.
Ou 1988.
Ainda me lembro que vestia um daqueles blusões de ganga com pelo branco por dentro, que parecia mais do que adequado a um filme daqueles, mas que tinha sido retirado aleatoriamente do armário.
Vá lá que não calhou o robe.

Tom Cruise é "Maverick", um daqueles jovens convencidos que a vida é um cachorrinho dócil e não um cavalo difícil de domar (esta saiu-me agora), bonito, irreverente e muito bom com os aviões.
Os que pilotava no ar e os que levava para a cama.

Um(a) desses aviões era a bela Charlie, a quente actriz Kelly McGuillis, sex symbol dos Anos 80, e bandeira da causa gay mais tarde.
Belo romance e bons momentos de sedução, sem dúvida.

E, claro, trepidantes cenas aéreas, com muitas acrobacias, motores ruidosos e a rivalidade entre Maverick e Ice Man como um dos fios condutores da história.

No final do filme, enquanto descia as escadas da SFUA, olhava para as meninas com o meu melhor olhar matador e, à falta de avião, apetecia-me abrir as asas e pavonear-me como um pavão.
Mas deu-me uma cobardia de galinha e apenas fui para casa chocar sonhos com heróis, meninas bonitas e aviões maiores que aquele que conhecia do parque infantil.

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UMA CASA NA PRADARIA

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Laranjina C

Ainda sou do tempo desta borbulhante bebida bem docinha e cheia de personalidade.
A começar pela garrafinha a fazer lembrar uma laranja.
Ou um balão de ensaio.
Ou uma bomba.

Gostava muito do sabor, mas, talvez por ter dificuldade em dizer os L's, acabava a maior parte das vezes por pedir um Sumol.
Ou um Sumoe.

Os anos dourados da Laranjina C terão sido os 60 e os 70, até que apareceram cada vez mais marcas, muitas autênticas potências mundiais da laranjada, como por exemplo a Fanta. Ou a Schweppes.

Para além do sabor bem característico e da icónica garrafinha, ficou para sempre na memória o mítico anúncio que juntava animação e um irresistível solo de saxofone.
Ou trompete.
Ou corneta.
Não sei, não sou especialista em blow jobs.