terça-feira, 10 de novembro de 2015

Quando eu era Princesinha

As memórias que recupero hoje foram tabu até há bem pouco tempo.
Como quase todos os homens deste mundo tive a minha fase travesti.

Aconteceu uma única vez por volta dos meus três aninhos, isto se se considerar irrelevante dois anos na adolescência em que ia para a escola com a lingerie da minha mãe.

Quanto ao momento retratado acima, aconteceu por volta de 1973, 1974.
Vestido com uma espécie de... unn... vestidinho curto, uns sapatinhos ortopédicos que mais parecem umas sabrinas, meias branquinhas puxadas bem para cima, como se fossem collants e com um cabelinho comprido e sedoso, eis o pequeno Johnny transformado em princesinha da classe média!

Esta linda menina de pernoca bem aberta na varanda do seu 3º direito, e que por pouco não seguia o exemplo do filho do Nené, contentava-se a brincar com... molas de roupa!!

E diz a lenda que permanecia assim, entretido com tão pouco, horas a fio, podendo até os meus pais ausentarem-se para um fim de semana em Benidorm que, quando viessem, lá estaria eu na mesmíssima posição, embora sub-nutrido, e possivelmente mijado e cagado pelas perninhas abaixo...

Há que dizer aos nojentos pedófilos que têm estado a ler isto de braguilha desabotoada, que o menino/princesinha da foto cresceu, é um heterosexual de 44 anos e só frequenta o Parque Eduardo
VII por alturas da Feira do Livro e mesmo assim nem sempre.
Mas por hoje chega de falar de gajas boas, isto é, de mim.

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CAPITÃO HADDOCK

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Os Tesourinhos Fascinantes

Felizmente existem sótãos.
E feiras de antiguidades.
E gente que não deita nada para o lixo, pessoas que, inclusive, não deitam para o lixo o próprio lixo.

São nestes habitats de velharias que podemos encontrar os míticos tesourinhos fascinantes.

Rubrica do "Pretérito Perfeito", estreada a 14 de Setembro com a bicicleta BMX, "Tesourinhos Fascinantes" é uma espécie de sotão virtual.
É certo que não poderá tocar em nada do que aqui trarei, mas, por outro lado, também não vai sujar as mãos com pó e teias de aranha.

Nesta série de postagens que há-de prosseguir em breve, poderá encontrar aqueles brinquedos de infância que desapareceram como magia, ou outro tipo de objectos ainda não catalogados como 'vintage' mas que já deixam saudades... porque nunca mais os vimos!

A imagem ali de cima, por exemplo.
Sabe o que é?
Trata-se de "O Sabichão", um engenhoso jogo da lendária Majora, que consistia num conjunto de perguntas e respostas moderadas por um bonequinho azul, um sábio, de varinha em riste, que apontava para as respostas certas graças a um magneto inserido no tabuleiro de cartão.
Tanto jogo que foi estragado pelos petizes mais intrigados pelo funcionamento da coisa!

Possivelmente o mesmo tipo de gaiatagem que descolava os autocolantes do Cubo de Rubik, para colar os da mesma cor na mesma face...

Possivelmente os que pedalaram uma BMX, lançaram um disco voador, pentearam um Pequeno pónei, aqueceram a comida numa cloche, gravaram compilações em cassetes, torceram o nariz quando viram uma Bota Botilde, brincaram com os carrinhos da Matchbox, com legos e Barbies, castelos de Grayskull, colaram cromos da bola, cuidaram de um Tamagotchi ou espreitaram por um encantado View Master?

"Tesourinhos Fascinantes".
Mais um bom momento nostálgico no "Pretérito Perfeito".

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