quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Praça da Independência, Anos 70

Esclarecimento prévio:
Não, nunca tive raquitismo e também não, jamais participei em corridas de póneis.

A bizarra memória perpetuada na foto acima diz respeito à Praça da Independência, do Pinhal Novo dos anos 70. 
Talvez 1976, 1977.

Foi sempre um espaço nobre do Pinhal Novo, mesmo nesta versão baldia, antes das fileiras de plátanos que não tiveram tempo de crescer e da actual configuração versão Século XXI.
E foi sempre um espaço nobre porque ficava perto da estação de comboios, peça central e berço da história pinhalnovense, e porque ali se realizou, anos a fio, o mercado mensal.

Na foto vêem-se apenas cinco edifícios - hoje só há espaço para mais um - e o meu é o do meio.
Apareçam quando quiserem.

No segundo, a contar da esquerda, e no rés do chão, ficava a mercearia do Sr. Alberto - também conhecido como "Caracol" - esmerado estabelecimento para onde eu era enviado aos chamados "mandados", em nome da minha querida e saudosa avó Catarina.
Hoje funciona ali uma óptica.
O que é irónico, porque deixei de ver ali um pedaço do meu passado.
Enfim, é uma maneira de ver as coisas.

O Tempo Passa a Correr

Esta verdadeira praça da alegria tem sido o principal décor do filme da minha vida.
Aqui fica uma vertiginosa viagem no tempo:

Golos marcados em balizas pequenas, pontapés em caixas vazias de sapatos nas segundas pós-mercado, corridas a jacto para apanhar o comboio, reforma agrária junto à estação, o sítio onde seguia para a preparatória, mais mercados no segundo domingo do mês, corredores de roupas, queijos e enchidos, sapatos - muitos! -, flores e muito mais, procura de revistas Disney, mais corridas para apanhar o comboio rumo à universidade, a Feira de Maio com carrosséis, os circos, o Citroën estacionado junto a uma poça de água, o bizarro edifício do Mercado Municipal, o novo edifício do Mercado Municipal, a Biblioteca, os passeios com o Mickey, as Festas Populares do Pinhal Novo, a mão da Princesa na minha mão, a ginjinha em copo de chocolate, o fogo de artifício e o fim de festa.

Fim de festa?
Não, de todo.

A Praça continua de pé e eu continuarei a passar por ali até quando Deus quiser.
Desde que seja eu a escolher o que vou vestir quando sair de casa.


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