terça-feira, 5 de maio de 2015

A Troca de Revistas Disney

Uma das mais deliciosas memórias de criança diz respeito à troca de revistas Disney.
Podia ter referido o pudim Boca Doce, mas isso fica para outra altura.

Naquele tempo apareciam nas bancas novas edições Disney dia sim, dia não.
Os "Patos Donald", os "Zé Cariocas" e os "Patetas" eram quinzenais, mas ainda havia mensalmente as revistas "Mickey", "Tio Patinhas", "Edição Extra", "Almanaque Disney" e "Disney Especial".
Mais os Almanaques e números especiais.

E era ver os fedelhos pedirem à mãe para comprar aquele novo "Mickey", ou aquele "Disney Especial" que custava os olhos da cara.
As birras vinham com o "não" e os sorrisos com o "sim", mas com rombo no orçamento familiar.
Por isso mesmo trocávamos revistas.

Na verdade trocávamos colecções inteiras.
Porque era mais prático, dava mais pica e permitia aferir quem ia à frente na construção destes pequenos impérios.

Os Pequenos Impérios

Havia a colecção do Quim Paulo, do Carocha, que ele guardava na parte de baixo de uma mesa de cabeceira do quarto, do Nelson, que juntava as revistas na marquise, do Rui Pedro ou do Sertório, entre tantas outras.

A do Rui Pedro foi mesmo responsável pela célebre "Intifada na Vivenda Sousa".
Aconteceu que ele não devolveu grande parte da minha colecção, com mil e uma justificações que jamais seriam aceites em tribunal.
Então, um dia, com a ajuda de outro maluco, bombardeei o telhado da casa dele com pedras da calçada.
Não correu bem.
Mas essa também é outra história que fica para depois.

Já a colecção do Sertório, era um misto Disney e Marvel que viajou comigo para umas férias no centro do país, em Pinheiro de Ázere, uma terreola entre Coimbra e Viseu no Portugal profundo.
Que belos momentos passei nesse Verão, a ler aventuras aos quadradinhos enquanto o tempo passava indolentemente, os passarinhos cantavam e no ar sentia-se o perfume do pinho e da alfazema!

As colecções emprestadas eram colocadas no chão, junto à minha cama, com as mais fininhas em cima, e os volumes com mais páginas eram deixados para o final, como espécie de cereja em baixo do bolo.

E à conta disto tudo, estudar ficava sempre para depois, mas éramos felizes com pouco e essa é a mensagem que fica:
Procurar um lampejo de felicidade nas pequenas coisas da vida.
O marido da Maria Vieira sabe do que estou a falar.

1 comentário:

  1. Subscrevo. Lembro-me desses episódios. Também li esses livros da Marvel ...
    Mas tu lembras-te da periodicidade das publicações e tudo!! Para mim, a periodicidade era a frequência com que nos iam parar às mãos para ler :)

    Abraço!
    Nelson

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