quinta-feira, 5 de março de 2015

O Fascínio Disney

Não me recordo quando tudo começou, mas terá sido no final dos anos 70.
O amor pelas revistas de Walt Disney foi à primeira vista; ou melhor, à primeira leitura.

Cresci com as aventuras do Mickey e do Tio Patinhas, com as piadas do Donald e do Pateta e até com as tortas de maçã da Vovó Donalda.

Grande parte dos meus conhecimentos de infância e até do início da adolescência - excepto a parte do sexo, embora o pato Donald esteja nu da cintura para baixo - foram bebidos com sofreguidão de revistas em quadradinhos com  ratos, patos, cães e muitos outros animais falantes e vestidos como gente. 
E mesmo assim acho que a minha infância tem um quociente de disfuncionalidade bastante inferior à de qualquer criança que tenha tido um pai ou uma mãe na "Casa dos Segredos".

A escola foi importante sim, mas aprendi tanto ou mais por aqui que, gritá-lo aos quatro ventos envergonharia o Crato e a Trindade.

Parte dos meus primos aprendeu a ler comigo e com tão divertida cartilha, e o mesmo posso dizer em relação ao meu irmão. 
O meu sobrinho, para grande tristeza minha, prefere jogos de computadores e música de pretos e depois não tenho filhos e os gatos não sabem ler.

O vício por estas revistas era tanto que cheguei a roubar para as ler.
(e isto foi mesmo verdade e um dia será aqui contado, neste blog e nesta rubrica, aguardem...)
Não foi preciso acompanhar o José Carlos Pereira numa clínica especializada para afugentar adições descontroladas porque inevitavelmente cresci e as mamas e rabos ocuparam toda a parcela do cérebro dedicada aos fétiches.

De novo leitor, fã e colecionador

Até que há cerca de 10 anos - numa fase cinzenta da minha existência, daquelas com direito a olhar vazio e comprimidos para encher... os bolsos dos psiquiatras - voltei a pegar numa dessas bolorentas revistas de infância.
Primeiro estranhei, depois entranhei e por enfim entreguei... a alma ao Criador.
Deus Disney tinha reconquistado mais uma ovelha tresmalhada e eu voltava a ser fiel aos quadradinhos lidos no final de cada duro, stressante e adulto dia.

Recuperei algumas revistas perdidas e comecei a frequentar feirinhas de antiguidades, alfarrabistas, sótãos recônditos, pombais abandonados e enxovais de velhas gaiteiras.

Hoje tenho mais de 200 dessas revistas, a maior parte com 30 anos ou mais em cima, numa reconstrução de um império juvenil que alimenta o meu lado Peter Pan.

Esta "Geração Tio Patinhas" é a rubrica do Pretérito Perfeito" dedicada ao fascínio das revistas Disney. 
O meu e o de todos os outros que jamais esquecerão este universo encantado.

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